STRESS
Nossa vida é estressante. Pode ser difícil comparar os níveis de estresse de uma pessoa a outra, pois a experiência é subjetiva. No entanto, como vem aumentando a incidência de doenças relacionadas ao estresse, e visto que já se demonstrou que o estresse desencadeia e intensifica os transtornos autoimunes, afirmo com convicção que também ele é um fator fundamental da atual epidemia.
Não estou falando apenas do estresse emocional (preocupações financeiras, brigar com uma pessoa amada, ter pressa o dia todo); o estresse físico (cirurgia, trabalhar à noite, exercícios demais, consumo de alimentos reativos – glúten – e a presença de tóxicos no corpo) tem o mesmo efeito.
Seu corpo reage aos vários tipos de estresse liberando uma grande quantidade de hormônios do estresse – substâncias bioquímicas que têm a função de ajudar o corpo a enfrentar desafios. A principal delas é o cor sol, uma substância poderosa que aumenta nossa energia física, mental e emocional a fim de atendermos a alguma exigência importante. Eu costumo chamá-lo de anti-inflamatório e antialérgico natural.
ante um “problema x”, a liberação de cor sol , ativa o sist. imunológico (estresse agudo benéfico), porém se o “problema x” continua, estará liberando mais e mais cor sol, que em altas quantidades acaba inibindo o sistema imunológico, porém, com o tempo, as glândulas adrenais se esgotam (síndrome da fadiga adrenal) e diminui drasticamente a produção do cor sol.
Neste processo de alta e baixa de cor sol podemos definir como estresse crônico.
Na prática, veja o que acontece com os estudantes que ficam doentes – gripados – após várias semanas de exames, de terem se cansado física e mentalmente devido às exigências.
O estresse crônico suprime o sistema imunológico, atrofiando o timo(diminuindo a capacidade de produzir, regular e equilibrar as células T) e prejudica muitas outras funções imunológicas por meio de diversos mecanismos diferentes.
Quando ele se produz demais (grande requerimento para atuar) ou de menos (após esgotamento das glândulas adrenais que o fabricam) pode nos deixar nervosos, cansados, irritados e “estressados”.
CORTISOL
Cortisol é nosso hormônio do estresse, ele “serve” para nos dar energia ao longo do dia.
A curva normal do cortisol tem um pico pela manhã que faz você acordar e sair da cama rapidamente; sem cansaço. Ao longo do dia ele se mantém, e finalmente a noite ele “desce” para descansar.
Costumo dizer aos meus pacientes que o cortisol é também nosso anti -inflamatório e antialérgico natural: apaga o fogo – inflamação – do corpo e controla as alergias.
Quando enfrentamos um estresse físico, químico ou emocional, o cor sol permite que tenhamos uma resposta adequada, seu sistema simpático “dispara “ como resposta normalmente, você poderá sentir coisas como tontura, palpitação, respiração curta e rápida, tensão muscular, suas pupilas se contraem para focar, tudo está pronto para LUTAR ou FUGIR. Mas, se esta situação se prolongar muito tempo, os níveis de cor sol se mantêm elevados no começo, por um certo período, para logo poder esgotar esses hormônios, e ficarmos esgotados, incapazes agora de dar uma resposta adequada ao estresse.
Hoje vivemos num mundo para o qual não fomos projetados naturalmente.
A toda hora somos bombardeados por preocupações constantes, químicos alimentares e ambientais, ou sofremos com as nossas emoções por estarmos ligados com muitas situações conflitantes.; e , aquela pequena glândula adrenal, que naturalmente foi preparada para reações de “luta e fuja“ não dá conta de tanto estresse, entrando com facilidade em insuficiência (síndrome da fadiga adrenal).
Níveis elevados de cortisol produzem permeabilidade intestinal por toxicidade na mucosa intestinal. Também fazem com que o pâncreas libere mais insulina, criando assim mais inflamação. O aumento da insulina por tempo prolongado cria resistência insulínica, que nos faz gordos e doentes.
Níveis baixos de cortisol dão sintomas de esgotamento, cansaço crônico. Quem tem cor sol baixo não dorme bem, não tem um sono reparador, então não tem um boa recuperação física nem uma regeneração celular adequada. Isto afeta os hormônios tireoidianos e sexuais, criando problemas de memória, de concentração, baixa libido, depressão, infecções virais frequentes, e inúmeros outros problemas de saúde. Ademais, com baixos níveis de cor sol, os sintomas de autoimunidade pioram muito. Quando o paciente já usou várias vezes corticoides como prednisolona e outros, é muito comum que a glândula adrenal fique um pouco insuficiente ou “fraca “ numa situação de estresse comum, precisando ser tratada e ajudada para funcionar novamente.
Cortisol não é bom nem alto nem baixo. Exames salivares da fração livre de cor sol são os mais adequados para diagnóstico e acompanhamento.